Fisioterapia Pediátrica
Quando um bebé nasce tem aptidão para desenvolver um conjunto de competências ao interagir com o meio que a rodeia, que o permite fazer aquisições motoras, cognitivas e perceptuais que caracterizam cada uma das etapas do desenvolvimento.
A maioria das crianças cumpre as diversas etapas do desenvolvimento, deixando os seus pais tranquilos e felizes ao verem os seus filhos crescer com o neurodesenvolvimento desejado.
No entanto, alguns pais são surpreendidos com perturbações do neurodesenvolvimento das suas crianças. Estas perturbações são identificadas pelo médico no decorrer das consultas, assim como pelos pais ou familiares ao comparar as suas crianças com crianças da mesma idade ou com idade inferior.
Que sinais podem indicar algum atraso no desenvolvimento?
Há sinais de compromisso da actividade motora ao longo do primeiro ano de vida da criança, tais como:
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Postura assimétrica;
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Olhar sempre para o mesmo lado;
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Movimentar preferencialmente um membro em relação ao outro;
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Não ficar sentada com suporte aos 6 meses;
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Não se sentar sozinha pelos 9 meses;
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Não explorar o meio que a rodeia;
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Não aceitar a posição de pé pelos 12 meses;
Estas perturbações do neurodesenvolvimento motor, quando mais ligeiras, podem ser ultrapassadas com o tempo e acompanhamento adequado, ou seja, a criança consegue adquirir as competências esperadas para a etapa de desenvolvimento.
Perante uma criança com uma ou mais alterações da actividade motora, é essencial a vigilância especializada dirigida às necessidades da criança e da família.
Em que pode a Fisioterapia Pediátrica ser útil?
NEURODESENVOLVIMENTO MOTOR
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS
A fisioterapia pediátrica facilita estratégias aos pais/cuidador para mudarem comportamentos que condicionam a actividade motora do seu filho.
Através do ensino realizado aos pais, o fisioterapeuta tem como objectivo antecipar possíveis alterações nas actividades motoras, assim como promover as mudanças necessárias para a criança desempenhar as actividades comprometidas de forma adequada.
Estes objetivos são atingidos através de uma avaliação inicial, a qual se segue por um acompanhamento periódico. Entre sessões, informações e conselhos são dados aos pais para que os momentos de brincadeira e actividades possam ser estimulantes e motivantes, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, perceptual e motor.
Se tem um filho com menos de três anos, provavelmente já se deparou com ocasiões em que ele demonstrou alguma dificuldade em respirar pelo acumular de secreções. Pelas características das suas vias aéreas, menos desenvolvidas, os bebés e crianças têm tendência para acumular secreções o que lhes pode trazer desconforto, dificuldades para respirar, cansaço geral, recusa alimentar ou noites mal dormidas. Nestes casos, para além da limpeza do nariz com soro fisiológicos e inalações, a fisioterapia respiratória poderá ser uma ferramenta essencial por facilitar a eliminação de secreções, consequentemente melhorando a entrada do ar e a oxigenação.
E o que faz o fisioterapeuta pediátrico especializado em fisioterapia respiratórias?
Através de técnicas manuais de compressão e vibração utilizadas em fases especificas dos ciclos respiratórios do bebé ou criança, facilitam a subida das secreções. Por outro lado, através de técnicas de desobstrução, favorecem a sua eliminação, ensinando os pais técnicas uteis para lidar com eventos futuros.
É também função do fisioterapeuta ensinar a correta lavagem do nariz (muitas vezes os pais creem saber, mas utilizam técnicas menos eficazes), aspiração de secreções ou métodos para inalação.
Muitas vezes, basta uma só sessão para que a criança se sinta mais aliviada – bem como os pais!